Após a consulta, a paciente de seis anos de idade aperta a mão e sorri para o médico, Aurerlio Sosa, nascido em Cuba e profissional do programa federal Mais Médicos.É o anúncio dos bons encontros que seguem com a ação de saúde pelo Rio Muru, em Tarauacá, sudoeste da Amazônia brasileira, no Acre.Durante três semanas, profissionais de diversas áreas da saúde e cidadania são surpreendidos por novos sorrisos, novas histórias e a cultura ribeirinha, enquanto levam serviços públicos para a zona rural.Com uma população rural estimada em 20 mil pessoas, Tarauacá, como boa parte das cidades da região, tem grandes desafios em levar serviços públicos pelos rios.No Barco Hospitalar, a prefeitura da cidade, com apoio dos governos federal e estadual, leva nessas ações algo mais que saúde.Nem bem o sol conseguiu atravessar as nuvens desses tempos de chuva, às 7 horas da manhã de terça-feira, 23 de fevereiro, os barcos começam a chegar ao antigo seringal Paraíso. Na espera para iniciar os procedimentos, os pacientes vão trocando notícias e encontrando amigos.O grande encontro é para consultas médicas, conversa com psicólogo (o “fim” do amor é um dos principais problemas também na zona rural), tratamento bucal, acompanhamento do programa federal Bolsa Família e também reunião com as comunidades. “Ei, txai! Voltando da cidade?”, grita alguém para alguns indígenas do Rio Humaitá, afluente do Muru, que chegam para também serem atendidos.Esse sentimento de amizade é também percebido por Francisco Alves, morador da área desde a década de 1950. “Estou gostando demais desse atendimento. Hoje em dia as pessoas são mais educadas, os doutores atendem com mais atenção. Com as pessoas da zona rural, às vezes é preciso ter um pouco mais de carinho”, comenta.Memórias dos rios do Acre“Quando chegamos aqui, era a época da seringa” – após abrir o sorriso com tantas visitas na sua área, Alves aproveita a oportunidade para co